Estamos no vigésimo sexto dia do mês de agosto no ano de nosso Senhor de dois mil e onze. Estou oficialmente a seiscentos e trinta e três dias separada. São quase dois anos sem um corpo másculo e quente ao meu lado diariamente. Sinto falta.
Ao terceiro dia deste mês conheci um senhor. Sua alcunha é um segredo que não revelarei. Fomos a uma exposição, a um restaurante e caminhamos a pé pelo centro da cidade. Na chuva dividíamos animadamente uma pequena sombrinha. O que serviu para nos aproximar mais. Apesar da insanidade confirmada que é confiar em alguém recém conhecido, não consegui agir diferente. Quando voltei a me confrontar, a lembrar de minha própria existência, as nossas bocas já estavam unidas. E por minutos, que a inconsciência do entorno não me permite precisar a quantidade, trocamos beijos cheios de paixão e luxúria.
Esta, da minha parte, a luxúria, vinha trazida pela visão do belo espécime masculino ao meu lado adicionado pelo longo período sem sentir o prazer desse tipo de toque.
Nesse momento percebo que todo e qualquer resquício de racionalidade me abandonou. E aconteceu em concomitância com o repouso de suas mãos másculas e quentes na porção final de minha coluna. Nada mais a frear. Nenhum pensamento racional me envolvia. Me deixei levar.
Autor:
Simone da Silva Figueiredo
(escrito em 26/08/2011)
Nenhum comentário:
Postar um comentário