Rafael era um arcanjo responsável por essa tarefa desde o início dos tempos. Se sentia renovado a cada turma que iniciava. E, se sentia demasiadamente feliz quando completava sua tarefa e entregava a missão aos anjos.
Rafael sentou-se a fim de apreciar o brilho das estrelas e o amanhecer de um novo dia. O céu estava particularmente belo naquele amanhecer, como se o dia que se descortina fosse tão especial que merecia uma introdução a altura. De repente, uma conversa na Terra lhe chama a atenção.
_ Mamãe quando o meu dente cair o anjo vai colocar uma moeda debaixo do meu travesseiro.
_ Que história é essa menina?
_ Mamãe, eu ponho o meu dente debaixo do meu travesseiro. O anjo vem e guarda o meu dente
e deixa uma moeda.
e deixa uma moeda.
_ Quem te contou isso?
_ Foi minha colega, na hora da prece. Ela me disse que isso aconteceu com ela, amanhã.
_ Você quer dizer ontem.
_ É mãe, ontem.
_ E se o anjo não trouxer. O que você vai fazer?
_ Eu nunca mais acredito em anjos.
_ Minha filha, anjos não fazem isso.
_ Mas, mas, mas, ... Ele fez para a Gabriela. Porque não vai fazer para mim?
_ Minha filha, eu te amo e os anjos também. Fique calma.
Rafael achou aquela menina muito inteligente e quis conhecê-la melhor. Apurou que seus pais se separaram quando ela tinha dois anos e que logo depois seu tio querido falecera. Ela tem apenas cinco anos, é muito sensível e que sente quando alguém precisa de carinho - e por isso acaba por abraçar estranhos na rua. A menina é muito levada, se machuca toda hora. A mãe dela é muito ligada à ela, devido a todas as dificuldades que envolveram a gravidez e o parto.
Rafael se apaixonou por aquela menina. Decidiu ser seu novo anjo da guarda. Tomado dessa decisão dirigiu-se ao conselho de arcanjos e solicitou a troca. Ponderou colocando as dúvidas de uma menina, tão pequena e sensível. Explicou a necessidade de um anjo especial para aquela menina tão esperta. Demonstrou sua paixão pelo amor dela à humanidade. Conseguiu seu intento.
_ Mamãe, meu dentinho caiu!
_ E você guardou filha?
_ Coloquei debaixo do meu travesseiro.
_ Não minha filha. Me dê, eu quero guardar.
_ Mas, mãe. Eu quero o dinheiro.
_ O que você vai fazer com o dinheiro?
_ Vou te dar. Sei que você está precisando. Você está desempregada.
_ Ah! Minha filha! Não precisa.
_ Eu quero mãe.
_ Tá bom, pode colocar.
No meio da noite a mãe foi pegar o dentinho e fazer a troca. Ela teve uma surpresa. A troca já tinha sido feita.
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