Alguns
observadores celestes eram levados no passado a acreditar que as estrelas
surgiam no céu, nasciam. A transferência de matéria de uma estrela maior para
uma estrela menor, devido a proximidade, provoca um fenômeno, uma explosão. Tal
fenômeno provocava a crença do nascimento de uma nova estrela.
Quando um homem
apaixonado se aproxima de uma mulher, também apaixonada. A aproximação
gravífica promove a transferência de matéria da estrela maior – mãe – para a
estrela menor, interna a ela – filho. Num dado momento, em torno de nove meses,
a estrela mãe se torna instável – entra em trabalho de parto – e a explosão
lança no espaço parte do material da estrela mãe – nasce uma criança.
Em 1913, nasceu
uma criança estrelar. Veio com uma missão especial – brilhar. Por onde passou
plantou sorrisos, encantamentos e alegria. Cresceu um menino encantador, a
alegria de seus padrinhos. Quando estes faleceram retornou ao lar materno e se
tornou a alegria dos pais e irmãos. Cresceu um pouco, ele era uma pequena
estrela, e foi trabalhar. De dia era a alegria dos colegas de trabalho, não
importavam as dificuldades, tinha um sorriso para todos. A noite um espetacular
dançarino.
A estrela se
tornou um garboso rapaz. Não era namorador, era encantador. O seu brilho
prendeu-se ao de uma mãe d’água. O rapaz se apaixonou por uma índia. Viveu ao
lado de sua sereia das águas amazônicas por 35 anos. Nesse período tornou a
vida dos amigos, da família e da esposa especial. Quando a sereia voltou para
as turvas águas do Rio Negro. A estrela voltou a bailar pelos salões. E num
início de 1999, após confessar a neta, que ainda era apaixonado por sua sereia,
partiu para a eternidade.
Quando uma
estrela gigante chega ao fim da sua vida produz uma explosão tão intensa que é
similar à explosão de uma galáxia inteira. Para sermos estrelas gigantes da
vida temos de cultivar o encantar, o amar e o querer bem.
No enterro da
estrela um dos funcionários do cemitério exclamou: “Deve ser um político
importante, tem muito tempo que não vem tanta gente para um enterro”.
Uma grande
estrela após sua explosão pode se tornar um pulsar – uma área que emite energia
constante. Hoje, a estrela faria cem anos. Sinto saudades.
Escrito por Simone da Silva Figueiredo
(em 23 de Setembro de 2013)