No
despertador estrategicamente colocado ao lado da cama, o visor indica 05:30 – a
alvorada.
Ela
se levanta, meio trôpega, vai para o banheiro e inicia a rotina de asseio
diária. Escova os cabelos, prende-os na touca, banho rápido de cinco minutos e
escova os dentes.
No
quarto, dia a dia os mesmos passos. Creme hidratante, desodorante, roupas
intimas e roupa de escritório.
O despertador
a traz de volta ao planeta, agora são seis horas. Acordar as meninas. Um breve
pensamento grita: “Elas e eu queremos dormir”.
Arruma
as crianças, leite no copo e pão no prato, lancheiras arrumadas, uniformes e
penteados verificados. São sete horas, elas partem. A moça do transporte
chegou.
Na
rotina cadente tal qual pêndulo de relógio de parede, os afazeres não podem
esperar. Não pode cochilar. Arruma as bolsas e sai.
Caminha.
Pega
o trem.
Caminha.
Pega
o ônibus.
Bate
o ponto.
Trabalha.
Almoço.
Trabalha.
Bate
o ponto.
Caminha.
Pega
o ônibus.
Cumprimenta
a recepcionista no segundo emprego. Reunião, ordens, reunião – não necessariamente
nessa ordem.
Sai.
Caminha.
Pega
o Metrô
Pega
o Trem.
Caminha.
Entra
em casa.
Retorno
a balburdia amada. Verifica os deveres de casa, ouve as histórias. Conta
histórias para dormirem. Às vezes, cochila.
Senta
ao computador.
Trabalha.
O
relógio marca 01:00. O serviço não terminou. O sono venceu.
Toma
uma chuveirada morna. Coloca a camisola e deita.
Então,
a coberta de algodão cru toca o seu corpo e sussurra baixinho: “Você está
sozinha. Boa Noite!”.
Escrito por Simone da Silva Figueiredo em
13 de setembro de 2013 – 10:07
13 de setembro de 2013 – 10:07
Cotidiano, Nº 3
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