Certa
casa assobradada com uma bela varanda na frente recebeu novos moradores. O
jovem casal com crianças a alugara a fim de curtir a primavera. Ao chegarem ao
endereço perceberam a beleza do local, a decoração de acordo, e o gato. Um gato
amarelo e esguio que os aguardava na varanda.
Ao
entrarem, o gato os seguiu de longe. Observaram a casa, se dividiram pelos
cômodos. Foram às compras. Retornaram com um pacote de ração para gatos, sabor
salmão defumado. Ração de boa qualidade.
Nos
primeiros dias as crianças tentaram brincar com o gato, mas esse era arredio.
Passadas três semanas o gato já estava sentando nos colos e pedindo cafuné.
Depois de dois meses, o gato era peça da mobília. Mesmo assim, por três vezes
ao dia, o gato recebia ração.
O
gato gostava de ficar pelas manhãs ensolaradas deitado na varanda. Observava,
com segundas intenções, o passarinho amarelo que estava a construir um ninho na
ponta do telhado. Mas, sempre que o passarinho se distraia e ficava no ponto
para o bote, surgia uma borboleta azul. A borboleta azul bailava na sua frente,
o gato encantado pela borboleta, esquecia-se do passarinho.
Ao
término da primavera, a família partiu. A casa ficou a espera de um novo grupo.
A tigela da ração ficou vazia. O gato estava deitado na varanda. O passarinho
se distraiu. A borboleta apareceu. E o gato deu o bote no passarinho e na
borboleta.
Simone da Silva
Figueiredo &
Renato Möller
Renato Möller
(Escrito em 18 de outubro de 2013)
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