Prazer
de falar desproporcional ao prazer de o interlocutor de ouvir.
Uso desautorizado da atenção do
interlocutor como oportunidade para construir/lapidar um pensamento.
Exercício, legítimo ou não, da
cobrança.
Ausência do senso de conveniência.
Compulsão a oferecer conselhos não
solicitados.
Recurso a exemplos desnecessários
(detalhes irrelevantes).
Hábito de interromper o fluxo de uma
conversa coletiva com intervenções não cabíveis, destinadas apenas a destacar
um feito de que tomou parte ou uma experiência pessoal.
Teatralidade da exposição de um
tema.
Não entendimento de que o silencio
não é necessariamente falta de assunto.
Hábito de explicar o autoexplicável.
_________________________________________________________________________________
Esse conjunto de características foi formulado por Renato Möller em uma tarde de absoluta falta do que fazer. A título de dar a minha contribuição para erradicar este mal que atinge indistintamente uma grande parcela da população, converto tais características numa metodologia, concebida após anos de verificação empírica e a exponho abaixo na intenção de proporcionar aos leitores desse blog condições precisas de realizar um autodiagnóstico.
Se você tem apenas um ou dois dos dez sintomas, você ainda tem chance.
Se você tem de três a cinco sintomas, não aceite convites para jantar.
Se você tem de seis ou sete sintomas, só saia de casa amordaçado.
Se você tem de oito ou nove sintomas, estude a possibilidade de virar eremita.
Se você tem os dez sintomas, o HaraKiri pode ser uma solução.